terça-feira, 24 de agosto de 2010

Carta a um Grande Amor

Eu sei que chorar não traz ninguém de volta e não será diferente com você, é claro. Não choro porque quero. choro justamente porque NÃO quero. Não quero ter que te esquecer, não quero você longe, não quero te ver sem te ter. Não quero um ponto final. Não quero lembrar de tudo o que passamos e não quero lembrar que não passaremos novamente por mais nada. Não quero perceber que pude ter você e não aproveitei a oportunidade. Não quero que o sonho que vivi acordada contigo termine e não quero ter pesadelos relatando aquele momento no qual você fez meu coração em pedaços com algumas palavras que, por mais que cuidadosas, doeram, e continuam doendo. E também não quero que doa. Não quero mais sofrer com aquilo que outrora fora minha maior felicidade. Não quero pensar no futuro, pois me assusta a ideia de imaginar-te em outros braços, outros abraços, enquanto eu continuo sem dar passo algum, continuo vivendo do meu passado - nosso passado. Não quero viver sem você, porém não quero desistir da minha vida (vida essa que passarei apenas na esperança de voltar a ser sua).
Mas querer não é poder. E não direi que não posso viver sem você, porque do fundo de meu coração e de minha alma, ainda quero acreditar que posso continuar meu caminho sozinha, mesmo sabendo que nunca mais serei tão viva quanto você me fez ser. Apenas procurarei a felicidade em outras pessoas ou coisas em vão; apenas me distrairei com futilidades enquanto meu coração espera pela sua volta como a mulher do soldado ido para a guerra. Trabalharei para ganhar dinheiro e comprar coisas que me deixem pseudoalegre, casarei-me com alguém que não amarei - pois já serei seu passado, mesmo que você seja meu futuro até que meu coração pare de bater. E nesse dia, quando minha vida passar diante de meus olhos, eu verei apenas um breve retrato de seu rosto: seu olhar, seu sorriso... E isso só provará aquilo de que eu já estou certa: você é minha vida.

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