quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

22 - Lilly Allen

Essa música tá tocando aqui no youtube desde as 4h e agora são 5 pras 5h. Óbvio que é porque eu to no notebook, aqui não tem musicas e meu ipod tá descarregado. Mas também é porque eu to em viciadinha nela. O fato é que, assim que a vi - ou melhor, ouvi -, pensei no quão cruel era sua letra, e qual era a verdade por trás dela. É triste ver como algumas pessoas acabam com suas vidas em tão pouco tempo. E a troco de que? Diversão. Ok, é legal aproveitar o dia, 'carpe diem' e talz, mas qual é? Chega um momento que a adolescencia acaba , e temos de acordar para a vida né? Então, é bom aproveitar a sua vida, antes que seja tarde demais. Dizem que os melhores anos são os da faculdade, mas eu não vou ter de esperar até lá para ser feliz não é? Tá, o que eu to falando não tem sentido, mas deem um desconto, porque são 5 horas da manhã hihi.
Vou reformular tudo. Eu tenho que aproveitar meus 14 anos, porque quando eu for adulta não vou poder sair por aí em uma balada beijando qualquer um, ou muito menos ficar saindo de casa com roupas curtas e na moda. Mas eu preciso MESMO fazer isso para contar aos meus filhos que minha adolescencia foi maravilhosa? Não há necessidade de usar drogas para falar que experimentou de tudo na vida, e não precisa tambem ficar por ficar com qualquer garoto para aproveitar que voce pode. Afinal, você tambem pode sair na rua pelado e não vai fazer isso, vai?
Não é porque você tem o direito de algo que você precise fazê-lo. Apenas se você quiser. Como eu sempre digo, na vida há escolhas, e eu escolhi ser feliz! (: sou uma jovem alegre, que não sai beijando qualquer um, não usa só roupas berrantes e não faz nada errado, mas sabe que a vida é curta e a vive intensamente. pelo menos à sua maneira.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Conto 2

- Eloá! Acorda, Eloá! - Foi a primeira coisa que eu ouvi no domingo de manhã. Meus olhos pesavam e eu virei a cara para o outro lado. Quando senti uns cutucões tampei a cara com o travesseiro. - Acorda! Você não tá vendo que já são 10 da manhã?
"Foda-se", pensei.
Naquele momento não havia nada mais importante do que meu sonho com o Wesley - que havia sido interrompido pela minha amável prima. Tentei ao máximo voltar a sonhar com a mesma coisa, mas percebi que não dava. Tirei o travesseiro da minha cara e olhei para a impertinentezinha. Aaah, como meus olhos doíam em reação com a - insuportável - luz do dia!
- Mary - Disse, com a voz sonolenta e bafo típico de quem acabou de dormir 15 horas. É, eu sei, Mary não é bem um nome que uma mãe daria a uma criança (pelo menos não aqui no Brasil) e eu já comentei com a mamãe que, se tia Val queria tanto um nome em inglês por que não foi logo dar à luz nos Estados Unidos? Seriam mais horas de sono pra mim. -, eu to tentando DORMIR.
- Só que eu to tentando LIGAR O COMPUTADOR - A única diferença entre nossas entonações é que a dela é umas 3 oitavas acima, ou seja, uma delicia de se ouvir logo de manhã. - e essa PORRA não liga.
Minha prima gosta de falar palavrões pra se achar adolescente, só que uma vez perguntei o que 'vai tomar no cu' queria dizer e ela ficou me olhando com cara de alface.
- Primeiro, meu computador não é uma porra. Segundo, se você não consegue ligar é porque você tem problemas mentais. Vai se tratar. - Virei para o lado e cobri minha cabeça com o lençol.
A pirralha apagou a luz e eu pensei 'finalmente, paz!'. Então senti 40 quilos+força do impacto de um pulo do chão em cima de mim.
- Liga, por favor? - Ela disse, como se fosse a vítima.
Contei até 10, levantei e caminhei até o computador. Liguei o estabilizador, a CPU e o monitor e voltei para a cama antes mesmo de verificar o que a peste queria com o pc.
Paz. Silêncio.
E só aí percebi, que ela queria muito mesmo assistir o clipe da Stefhany 39 vezes seguidas, no maior volume. Mas ok, eu não liguei de sonhar com o Wesley dentro de um cross fox.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Conto 1

Victor olhou em volta e pensou em seu dia. Ele lembrou da escola e de como era rejeitado por todos. Ele pensava em como poderia enturmar-se. Pensava em sua entediante rotina quando entrou na loja de seu padrasto e avistou-o na caixa registradora. Deixou sua mochila atrás dos provadores, como fazia diariamente há dois anos de ensino médio chato. Acenou levemente para Ricardo, marido de sua mãe, e em seguida passou novamente pela porta da loja, com as mãos nos bolsos que continham celular e notas surradas de dois reais. Viu uma mãe passeando com seu bebê, um adolescente falando ao celular, um grupo de garotas de rosa, rindo da vida. E pensava em como a sua existência, particularmente, era tediosa. Subiu as escadas rolantes. "Aquela menina é gostosa", pensou, ao olhar para uma morena de microssaia do grupo das hienas. "...não tenho chance", completou o pensamento. Chegou à praça de alimentação do shopping e andou diretamente para o Burguer King, onde costumava comer sempre, fez o pedido que costumava fazer sempre, esperou o tempo que costumava esperar sempre e digeriu tudo como - ainda bem - costumava digerir sempre. Filosofava em sua cabeça como fugir do igual, quando teve uma brilhante idéia e dirigiu-se à Cacau Show. O shopping estava vazio, como de costume. Olhou para o balcão, onde estavam as Trufas de Chocolate, ali, expostas. A vendedora estava ao telefone, tratando de assuntos importantes com seu, aparentemente, namorado, sobre os produtos que tinha comprado em uma loja para maiores de dezoito anos, que seriam utilizados naquela noite, enquanto arrumava seus fios de cabelo no espelho. Victor não pensou duas vezes: caminhou com passos rápidos e silenciosos até a mesa de madeira com detalhes em metal dourado, pegou uma trufa recheada com maracujá e pôs-se a correr. O mais depressa que pôde. A adrenalina tomava conta de tudo o que ele poderia sentir naquele momento. O vento batia contra seu rosto, seus óculos estavam fora do lugar e o all star desamarrado. Seus olhos demonstravam medo e sua boca esboçava um leve sorriso. O garoto engoliu em seco pensando nas consequências de seu ato de marginalidade. Não olhava para trás. Seus cachos encardidos balançavam e em seu uniforme já se viam manchas de suor sob os braços. Abriu a porta do banheiro masculino de forma abrupta, com seu corpo de glutão. Estava ofegante. "Consegui! Eu roubei uma trufa." Pensou.
Então olhou para seu novo pertence com olhos brilhantes, examinou-o bem. Viu todos os ingredientes que continha, a embalagem mostrava CACAU SHOW em azul. Virou o bombom e conferiu até a data de validade: 2 de janeiro. Seus dentes foram lentamente deixando de estar à mostra em um sorriso no instante em que olhou para seu relógio tecnologico e viu a data: 11 de janeiro. Chutou o lixo depois de jogar a trufa la dentro, e, junto com ela, toda a sua primeira aventura de vida.